Repercussão

O que pensam as entidades sobre o retorno do vestibular da UFSM

Dividindo opiniões, o retorno do vestibular e do Processo Seletivo Seriado (PSS) foram aprovados como mais uma forma de ingresso à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que se somam ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A decisão ocorreu em reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe)nesta quarta-feira (5). Entre os principais argumentos de quem defende a decisão está a prioridade de ingresso para candidatos da região e a tentativa de resolver o baixo preenchimento de vagas na primeira chamada da Sisu. De outro lado, se aponta que os modelos de seleção, agora aprovados, dificultariam o acesso de uma parcela de alunos que não conseguiria fazer cursos preparatórios, tornando o processo excludente. Junto a isto, também compreendem que a decisão deveria ser mais debatida com a comunidade.

Confira, abaixo, como se posicionam entidades de diferentes setores da cidade sobre a adoção dos novos processos.


Câmara de Dirigentes Lojistas de Santa Maria (CDL SM)

A CDL SM é uma instituição sem fins lucrativos, filiação político-partidária ou religiosa, que tem como principal objetivo a união e desenvolvimento do setor varejista. Para o presidente Marcio Rabelo, a volta destes dois sistemas é o retorno da identidade do município, além de ser central para o desenvolvimento regional, avançando na economia a curto e longo prazo.

– Vejo muito positivamente, não só com olhos do setor produtivo, mas também pensando na forma mais eficiente do ingresso à instituição. Se nós lembrarmos bem, estudantes vindo de várias regiões do Rio Grande do Sul, e até mesmo de outros estados do Brasil fixavam residência em Santa Maria para estudar aqui nos cursinhos pré-vestibulares preparatórios. Isto fazia girar absolutamente todos os setores da nossa economia.


Prefeitura de Santa Maria

O prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobon (PSDB), salienta a decisão acertiva de aprovar a implementação de mais duas formas de ingresso. Nostálgico, compara o vestibular de Santa Maria a eventos como Romaria, Tertúlia Nativista, Feira do Livro, o entende como uma das datas que marcam o cenário da cidade, impactando o sistema como um todo. Ele acredita que a ideia de ensino privado associado ao sucesso do ingresso a universidade é uma discussão ideológica.

Pensando no futuro, o prefeito já projeta a movimentação da prefeitura para a primeira edição com a implementação, que será no segundo semestre letivo deste ano, em que a UFSM oferecerá cerca de 1,5 mil vagas de graduação. 70% delas pelo Sisu, e 30% no Vestibular.

– Quando tínhamos o vestibular, nós já vivenciamos problemas com o trânsito, na Faixa Nova de Camobi. Vamos nos reunir imediatamente com o nosso reitor e tratar da logística do vestibular, como fizemos com a Calourada. Certamente, tudo o que a universidade precisar da prefeitura, nós vamos estar inteiramente à disposição.


Câmara de Vereadores

Entre os vereadores santa-marienses não houve consenso quanto ao retorno do PSS e vestibular na UFSM. A leitura do vereador e presidente da Câmara, Givago Ribeiro (PSDB), tem como destaque da decição a movimentação econômica, bem como o fator escolar:

– Com um vestibular próprio, temos a progressão dos alunos com as notas, seu acompanhamento, fazendo com o aluno que pretende também ingressar na universidade por meio desse processo possa se dedicar desde o primeiro ano, até a conclusão do Ensino Médio para atingir a média necessária.


Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria(Cacism)

O presidente da Cacism, Luiz Fernando Pacheco, avalia que a questão é bem menos complicada, e no final, para as entidades, o que interessa é a Universidade Federal de Santa Maria estar em plenas condições, com sua capacidade máxima de alunos, o que independe da forma de ingresso.

– Não interessa se o processo seletivo é vestibular, seriado ou Sisu. Isso não interessa. Prova é prova. Se teve melhores condições desde o início, haverá vantagens – destaca Pacheco.


Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul(Famurs)

A Famurs é composta por 27 Associações Regionais. A entidade representa todas as 497 cidades gaúchas. Paulinho Salerno está à frente da entidade e vê como positivo a adição das duas outras formas de ingresso. Ao argumentar, cita o impacto para a cidade e também para a região:

– Ganhamos, pois conseguimos ter mais alunos da nossa região estudando nas universidades públicas de qualidade, como é o caso da própria UFSM. Uma maior condição de ter uma vaga nessa disputa local e, não, em uma disputa nacional. Acho que isso é positivo em várias aspectos e repercuti em várias áreas. E nós ganhamos de diferentes maneiras.


Associação dos Municípios da Região Central do Estado (AMCentro)

Uma das entidades que mais discutiu regionalmente este assunto foi a AMCentro. Na próxima segunda-feira (10), os prefeitos que integram o movimento farão visita ao reitor da UFSM, Luciano Schuch, para prestar solidariedade em razão ao ocorrido nos dias anteriores a votação, em que estudantes e representações ocuparam o prédio da reitoria, e Schuch e outros pró-reitores saíram escoltados pelas forças de segurança. A entidade apoia o retorno do vestibular.

O que pensa o DCE?

O coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Luiz Boneti, afirma que, com a decisão, a UFSM está fechando as portas para estudantes do restante do país, que não residem em Santa Maria ou no Estado. Para o movimento estudantil, o foco atual do debate deveria ser na permanência dos alunos na universidade.

– É um momento triste para a universidade, principalmente, quando vem aliado de uma legitimidade à forma como a reitoria conduziu esse processo, evitando e boicotando o debate, descumprindo com os compromissos firmados com o movimento estudantil e, inclusive, mudando de última hora (o lugar) da sessão. No dia a dia e na prática, vamos ver o reflexo dessa decisão que foi tomada hoje. Vamos seguir denunciando a decisão do Cepe, que legitimou esse tipo de prática (da Reitoria) e que evitou o diálogo – relata Luiz.


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